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11/07/2008 - 23:30 - Atualizado em 12/07/2008 - 19:51

 

"Não conte que traiu"

 

 

Segundo terapeuta americana, nem quem deseja continuar com o parceiro nem quem quer abandoná-lo deve revelar o adultério Thiago Cid

 

Filha de judeus sobreviventes de campos de concentração, a psicóloga Mira Kirshenbaum nasceu no Uzbequistão, em 1946, e viveu num campo de refugiados até os quatro anos, quando emigrou para os Estados Unidos com os pais. Os traumas da guerra ficaram enraizados em sua infância, mas sua reação diante do sofrimento não foi o rancor. Ela diz que o fato de sua família ainda estar viva a motivou a trazer alívio às pessoas. Em seu novo livro When good people have affairs (“Quando as pessoas boas traem” , ainda sem tradução no Brasil), Mira lista 17 motivos que levam as pessoas a procurar uma relação extraconjugal e conclui que, às vezes, a traição pode ser a chave para a reconstrução de um relacionamento. Ela garante que a infidelidade, e sim uma defesa do amor. "Na traição, procuramos o que nos falta. Se soubermos encontrar isso no parceiro, não teremos vontade de trair", diz. Nesta entrevista a ÉPOCA, Mira explica por que quase metade das pessoas trai e fala sobre o que fazer depois que uma terceira pessoa entrou no relacionamento.

 

 

 

ENTREVISTA MIRA KIRSHENBAUM
QUEM É
Nascida no Uzbequistão, mudou-se para os Estados Unidos com 4 anos. Filha de judeus sobreviventes dos campos de concentração, morou em campo de refugiados no período pós-guerra. Casada, tem 62 anos, dois filhos e uma neta. É mestre em psicologia pela Universidade de Nova York e autora de dez livros sobre relacionamento.

ÉPOCA - Em seu livro, a senhora diz que ter um caso extraconjugal pode ser a melhor maneira de saber o que realmente queremos. Como?

Mira Kirshenbaum - A traição pode ter o poder de tirar a pessoa da inércia. Muitos acham seus casamentos sufocantes e, nesses casos, uma relação extraconjugal é a primeira oportunidade em muito tempo de explorar quem a pessoa realmente é e o que ela busca. Com essa experiência, o indivíduo percebe que é livre para fazer escolhas, que existem outras possibilidades. A traição é sempre uma investigação, uma tentativa de ver se as coisas poderiam ser melhores com outras pessoas.

ÉPOCA - A traição é positiva?

Mira - Trair seu parceiro é quase sempre destrutivo e doloroso demais para valer a pena. Em alguns casos, porém, pode ajudar as pessoas a se dar conta de que estão em um casamento ruim. Em outros casos, podem ajudar as pessoas a perceber que o companheiro é, de fato, a pessoa com quem devem ficar. Ter um caso fora do casamento é uma maneira confusa e desajeitada de as pessoas encontrarem seus caminhos.

ÉPOCA - A senhora disse que, se alguém quiser reconstruir o casamento, não deve contar ao parceiro sobre a traição. As mentiras são necessárias para manter a relação?

Mira - Quanto menos mentira, melhor. Um casal deve ser franco com o outro, mas existem certos segredos que devem ser mantidos. Imagine que um homem fantasie com a Gisele Bündchen quando faz amor com sua mulher. Que bem ele fará a ela se contar esse segredo? Qual seria o objetivo de contar que você se envolveu com outra pessoa? O critério para se contar segredos é avaliar a dor que a revelação pode causar. A regra moral é não machucar ninguém.

ÉPOCA - Mas revelar a traição não poderia ser um sinal de mudança ou confiança?

Mira - Se você está terminando o seu casamento, não fará diferença. Mas se você quiser reconstruir sua relação, contar a traição só irá atrapalhar. A pessoa não ficará tocada pelo seu gesto de revelar tudo. Ela ficará machucada pela traição, e você não precisa magoá-la. Apenas seja sincero consigo mesmo e aponte para qual caminho seguir. Nessas horas, é bom levar em conta que mais vale um divórcio a um casamento destrutivo.

ÉPOCA - Um dos tipos de adultérios que a senhora cita em sua lista é a traição acidental, em que a pessoa está no lugar errado na hora errada. Não haveria uma predisposições por trás desse “acidente”?

Mira - Quando digo acidental, me refiro a uma série de circunstâncias que, em conjunto, levam alguém a fazer algo que normalmente não faria. Mas não precisa dizer que haveria predisposições por detrás da traição. Afirmar isso é dizer que a pessoa agiu inconscientemente e que a traição foi “sem querer”. Os psicólogos estão cada vez mais céticos sobre o uso do inconsciente como fonte de explicações para as atitudes humanas.

ÉPOCA - Um outro tipo de traição mencionado em seu livro é o “banco ejetor”, quando o parceiro trai para acabar de vez com a relação. Além de ser um ato covarde, é uma forma rude de terminar uma relação. Como pode ser uma atitude de pessoas boas?

Mira - O banco ejetor é freqüentemente a melhor maneira que uma pessoa com medo de lidar com o parceiro encontra para terminar o casamento. Essas pessoas podem ser covardes e desajeitadas, mas isso não significa que sejam más.

ÉPOCA - Qual foi o objetivo de seu novo livro?

Mira - Há dois objetivos principais. O primeiro é o controle de danos. Quero mostrar que uma traição pode ser superada se o casal realmente quiser ficar junto. Quero também diminuir a dor nos corações mostrando que a traição não foi sinal de uma maldade. Muitas vezes é a forma que uma pessoa encontrou para lidar com uma situação desfavorável. Claro, descoberta a traição, o parceiro terá de se mostrar empenhado em reconstruir os laços de confiança e deverá compreender que a dor e a raiva do companheiro não se dissipam facilmente. A antiga visão sobre casos extraconjugais é que eles terminam como acidentes de carro, com sobreviventes feridos e sangrando. Não precisa ser assim. O segundo objetivo do livro é blindar a pessoa contra o remorso destrutivo, que a prende ao passado e a impede de seguir em frente. Após contabilizar os danos da traição, as pessoas têm que buscar a reconstrução. Essa é uma visão nova para muitas pessoas. Se você souber se fechar ao remorso, pode renovar sua vida com todo o amor que procura

 

 

Comentários:

MA / São Luís | 15/07/2008 13:51 Não Vale a Pena Trair
A orientação da escritora para com o relacionamento conjugal, é bastante perigoso e sem volta.O ato de um conjuge trair seu companheiro para se redescobrir causará feridas que dificilmente sicatrizaram.Muitos de nós se dizem cristãos mais não buscamos a verdadeira orientação vinda do nosso Pai Eterno.JESUS CRISTO nos ensina que o único motivo de permitido de separação é o adúterio . Daí vemos a gravidade da infidelidade conjugal.(Mateus 19.3-9)

SE / Aracaju | 15/07/2008 10:57 Concordo plenamente!
Concordo plenamente com a autora. A traição pode sim ser um ato que gere arrependimento suficiente para fazer com que o traidor reconheça a importância do traído. Trair, às vezes, é uma necessidade inevitável (por isso ela se referir a acidente).

MG / Belo Horizonte | 15/07/2008 10:27 Contar que traiu é uma tremenda idiotice!!!
Eu acredito que o melhor é não trair, principalmente se você está com alguém de quem gosta de verdade, pois, mesmo que você não conte, a verdade pode vir a tona e você pode correr o risco de perder a pessoa amada. Agora se por acaso acontecer, o ideal é não contar nada nem pro parceiro e nem pra outras pessoas. O que a relação ganharia com isso? Apenas a desconfiança e a dor do parceiro que poderia levar o casamento ao fim.

 

é

rebro, Watsn. O reane de im é um mero apêndice”                   

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